terça-feira, 10 de novembro de 2009

Um português contribuinte

- Em cada 100 euros que o patrão paga pela minha força de trabalho, o Estado, e muito bem, tira-me 20 euros para o IRS e 11 euros para a Segurança Social;
- O meu patrão, por cada 100 euros que paga pela minha força de trabalho, é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75 euros para a Segurança Social;
- E por cada 100 euros de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem, retira ao meu patrão outros 33 euros;
- Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 100 euros que o meu patrão pagou, o Estado, e muito bem, fica com 21 euros para si.

Em resumo:
- Quando ganho 100 euros, o Estado fica quase com 55;
- Quando gasto 100 euros, o Estado, no mínimo, cobra 21;
- Quando lucro 100 euros, o Estado enriquece 33;
- Quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metade das verbas envolvidas no caso.

Eu pago e acho muito bem, portanto exijo:
- Um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro;
- Emprego para os meus filhos;
- Serviços de saúde exemplares;
- Um hospital bem equipado a menos de 20 km da minha casa;
- Estradas largas, sem buracos e bem sinalizadas em todo o país;
- Auto-estradas sem portagens;
- Pontes que não caiam;
- Tribunais com capacidade para decidir processos em menos de um ano;
- Uma máquina fiscal que cobre igualitariamente os impostos;
- Eu pago, e por isso quero ter, quando lá chegar, a reforma garantida;
- Jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros;
- Polícia eficiente e equipada;
- Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público, uma orquestra sinfónica;
- Filmes criados em Portugal;
- E, no mínimo, que não haja um único caso de fome e miséria nesta terra.

Na pior das hipóteses, cada 300 euros em circulação em Portugal garantem ao Estado 100 euros de receita.
Portanto, Sr. Primeiro-ministro, governe-se com o dinheirinho que lhe dou porque eu quero e tenho direito a tudo isto.

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